O título parece remeter ao livro do escritor norueguês Jostein Gaarder, mas não. Sofia, aqui, é a deputada estadual Sofia Cavendon. E o mundo? Porto Alegre.

Escrevi, nesse post, que a eleição mais importante é a eleição dos vereadores. Um prefeito só é poderoso quando tem a Câmara de Vereadores “nas mãos”.

É o caso que estamos vendo em Porto Alegre, onde o atual prefeito está “pintando e bordando” como quer com Porto Alegre. Pior: não apenas destruindo, caso do Parque Harmonia, como tentando entregar para a destruição a Redenção e o Marinha, além da Fazenda do Arado. E dia chegará, se reeleito for, que avançará para parques mais afastados e que, por enquanto, aparentam não oferecer grandes atrativos para a indústria da construção imobiliária, da gastronomia e do turismo.

Inegavelmente, no entanto, a escolha de um candidato ao executivo “puxa” a simpatia dos eleitores para os candidatos à vereança.

Perder tempo “conversando” para encontrar um nome de consenso tem sido padrão na esquerda. As alegações são inúmeras, desde a tradicional “ainda é cedo para lançar nomes” até algumas mais sérias, como a que afirma ser necessário um nome com “penetração” nas bases.

Lula, recentemente, “furou” essa bolha ao anunciar o apoio a Boulos para a prefeitura de São Paulo. Entendeu que “esperar” nada mais é do que perder terreno na cancha para os opositores.

O atual prefeito de Porto Alegre está em campanha praticamente desde que assumiu, Veste seu “chapéu de palha” e sai por aí visitando as vilas e localidades afastadas do centro, vendendo a imagem de prefeito que se importa com os pobres. Demogogia antiga, mas que funciona na falta de uma oposição que mereça ser chamada de oposição. E, quando se trata do Centro Histórico e bairros próximos, retira o chapéu, estende na mão e entrega a cidade para as construtoras.

Joga em todos os lados. Está errado? Claro que não. Joga o jogo como deve ser jogado. Errada está a esquerda que, parecendo técnico de futebol, faz segredo e deixa para anunciar a escalação do time no último minuto antes do jogo.

A direita é objetiva, pragmática. Chama alguns candidatos e pergunta: “vais fazer o que nós queremos? Se fizer, bancamos a campanha”. Simples. Foi assim com o atual prefeito. A esquerda? A esquerda fica lavando roupa suja em casa. Afinal, essa é uma das frases mais conhecidas da esquerda: “roupa suja se lava em casa”.

E enquanto a esquerda fica lavando a roupa suja, a direita, que mandou a roupa para a lavanderia, corre solta na competição.

Sofia Cavendon tem um longo histórico de vereança em Porto Alegre: 19 anos. Conhece profundamente a cidade. É professora por formação e trabalhou muitos anos nas redes pública e privada do município.

Tem uma forte atuação nas questões ligadas à educação, na defesa dos serviços públicos de qualidade e na “preservação e qualificação dos espaços públicos para garantir o direito do povo ao esporte, ao lazer e à cultura” (aqui).

Em março desse ano recebeu, da Câmara Municipal, o título de cidadã de Porto Alegre. Na ocasião, o vereador Jonas Reis apontou: “O amor de Sofia por esta Capital se expressa todos os dias na sua inserção em movimentos sociais, culturais, sindicais e ambientais. A homenagem prestada por esta Câmara representa o reconhecimento de quem adotou Porto Alegre como seu lugar no mundo”, afirmou Jonas Reis. Ele destacou que “seus mandatos tiveram como pilares a defesa da educação pública e gratuita, a luta em prol da categoria municipária, a defesa da cultura, do meio ambiente, do patrimônio público e a luta pelos direitos e pela vida das mulheres.” (aqui)

É hora da esquerda parar com a enrolação em Porto Alegre.

Imagem: Ederson Nunes/CMPA

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