médico_cubano

Não é uma tristeza que sente quando perdemos algo ou quando não conseguimos o que queremos. Não é uma tristeza melancólica, daquelas que se sente em dias frios e chuvosos, quando sentimos saudades do sol. Não é uma tristeza daquelas sem razão aparente, que nos aperta coração e nos angustia. Não é uma tristeza que nos faz chorar, não um choro de lágrimas.

É uma tristeza que dói. Uma tristeza que me encolhe. A tristeza de não ter respostas, de não entender como pode, em meio a espécie humana, existir gente assim, assim como essas que receberam o médico cubano em Fortaleza. Que sejam contra a vinda dos médicos, vá lá. Afinal, restavam apenas as contrariedades políticas e corporativistas para sustentar sua raiva.

A tristeza não é pela vergonha. Afinal, sabemos que uma boa parcela dos médicos não se opõe (mas também não fazem nada para calar seus conselhos). A tristeza não é pelo preconceito, pelo fato dos médicos cubanos serem negros, ou por quem postou que as médicas tinham “cara de empregada doméstica”. Não!

Hoje me sinto triste porque alguns poucos conseguiram tirar pedaços de mim. Tiraram partes da minha cidadania e da minha dignidade. Como posso ser um cidadão completo, quando em meu país existem pessoas sem a mínima noção de civilidade? Como posso ser digno, quando em meu país existem pessoas sem um pingo de dignidade?

A dor me encolhe. Hoje me sinto triste.

Profundamente triste!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyCidadaniaPIGUncategorizedNão é uma tristeza que sente quando perdemos algo ou quando não conseguimos o que queremos. Não é uma tristeza melancólica, daquelas que se sente em dias frios e chuvosos, quando sentimos saudades do sol. Não é uma tristeza daquelas sem razão aparente, que nos aperta coração e nos...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!