pesquisas

Institutos de pesquisa vendem pesquisas. A mídia, quando não paga pelas pesquisas, faz questão de divulgá-las.

O mercado das pesquisas adquiriu um peso tão grande que, não bastassem as pesquisas com um ano de antecedência, já existem pesquisas sobre as eleições de 2018, além de sondagens para 2022.

Chegamos a um ponto perigoso: pesquisas norteiam tanto a política e as ações de governos, quanto a nossa opinião.

Consagrada a filiação da Marina ao PSB, minutos após já líamos análises sobre o que diriam as próximas pesquisas.

Marqueteiros políticos se tornaram as pessoas mais importantes da sociedade brasileira. E marqueteiros só fazem uma coisa: tentar aumentar o índice nas pesquisas.

Nos deixamos dominar por ambos: pesquisas e marqueteiros. Basta ver os sites mais famosos: cada qual, a seu modo, busca ser um expert em análise de pesquisa. As próprias pesquisas tornaram-se um vale tudo: cenários mil são apresentados. Não há o que possa escapar

Colocamos a vida do país nas mãos dessa gente. E o grande perigo é vermos nossa política tornar-se reativa, quando deveria ser, sempre, pró-ativa. O que vemos são políticos (executivos e legislativos) se movimentando apenas para manter ou melhorar índices, ou seja, o emprego.

Mas há algo que me assusta, e muito: o ufanismo. Tem gente que se manifesta como se as eleições fossem amanhã, esquecendo-se de um grande ditado da vida: para baixo todo santo ajuda!

Faltando um ano para as eleições, deveríamos estar mais preocupados com o que não foi realizado e não com o que foi (que é o que as pesquisas, no fundo, mostram). O que foi realizado não passa de obrigação dos eleitos. O que não foi realizado é nosso dever cobrar explicações. E é dever dos governantes e representantes dar essas explicações.

E nada disso tem a ver com pesquisas. Tem a ver, tão somente, com cidadania.

E cidadania é a última das preocupações das pesquisas e dos marqueteiros. Se é que algum dia foi…

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoInstitutos de pesquisa vendem pesquisas. A mídia, quando não paga pelas pesquisas, faz questão de divulgá-las. O mercado das pesquisas adquiriu um peso tão grande que, não bastassem as pesquisas com um ano de antecedência, já existem pesquisas sobre as eleições de 2018, além de sondagens para 2022. Chegamos a um...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!