professores paraná01

1886 – 1925 – 2015: 39 – 90 – 129

Cento e vinte e nove anos nos separam da paralisação de Chicago. Noventa da edição do decreto presidencial, de 5 setembro de 1925, que tornou o 1º de maio oficialmente Dia do Trabalho no Brasil.

Cento e vinte e nove anos depois de Chicago, estamos assistindo a barbárie “medievalesca” assolar o país: a Câmara Federal aprova projeto que acaba com a segurança do emprego (PL 4330) e um governador – um ser abjeto – massacra trabalhadores do ensino, professores que lutavam por melhores condições de trabalho e de vida.

Cento e vinte e nove anos depois de Chicago e NADA MUDOU!

Ainda vivemos em uma sociedade onde os trabalhadores permanecem sob o jugo dos poderosos. Aprofundamos a diferença entre trabalhadores: ainda temos os assalariados e os que,embora trabalhem, são “autoridades”, “empresários”, enfim, os mais abastados, a classe trabalhadora dominante, a tal classe média.

O mundo não é determinado pelos ricos, mas pelos trabalhadores abastados, pelos que têm os melhores empregos. Esses sim são a desgraça do país. São esses que tudo fazem para que nada mude. São os que podem, no dia a dia, frear as mudanças.

Eles existiam em 1886 e existem até hoje. São as “autoridades públicas”, os políticos, os gerentes, diretores e presidentes de companhias, são os rentistas, uma grande parcela dos profissionais liberais, defendidos pelas modernas Corporações de Ofício.

Cento e vinte e nove anos passados e deveríamos ter vergonha de comemorar esse dia. Vergonha pela incapacidade de mudar o mundo e deixá-lo passar 129 anos sem que nada mudasse nas condições dos trabalhadores.

Ainda somos explorados. Uns mais, outros menos, mas todos explorados.

E ainda temos a empáfia de chamar esse dia de Dia do Trabalhador. Deveria ser o Dia da Vergonha do Trabalhador.

Cento e vinte e nove anos em que o “ponto” separa os trabalhadores: os que se consideram portadores de dignidade daqueles que nunca a tiveram.

Comemorar o quê?

Não há e nunca houve dignidade no trabalho – por mais que os mais abastados se justifiquem – não ao menos da forma como humanidade o desenvolveu, a base da exploração, seja da força, seja da exploração da miséria.

Repito: 1º de maio deveria ser chamado de Dia da Vergonha do Trabalhador…

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO Chato1886 - 1925 - 2015: 39 - 90 - 129 Cento e vinte e nove anos nos separam da paralisação de Chicago. Noventa da edição do decreto presidencial, de 5 setembro de 1925, que tornou o 1º de maio oficialmente Dia do Trabalho no Brasil. Cento e vinte e nove anos...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!