LXV – I – III EL

Sexagésimo Quinto Dia do Primeiro Ano da Terceira Era Lula

Público. Conceito há muito esquecido.

Do latim publicus, local aberto a toda a comunidade, em oposição ao privado. Conjunto de bens imóveis pertencentes ao estado romando (ager publicus). Também designava o espaço que era o lugar de reuniões e pertencia ao povo, à população daquele povo.  Por pertencer ao povo, era o lugar onde se tomavam decisões que diziam respeito a todo o povo e onde propriamente o povo exercia o poder. Os gregos o chamavam de ágora.

A existência do público, ou daquilo que é público, que pertence a todos e que todos podem usufruir, é antiga. É uma construção social com a qual a humanidade – povos – conseguiram fazer oposição ao domínio privado, à propriedade privada.

É um dos mais sólildos conceitos que existem. Mais, até, que o próprio conceito de propriedade privada. Não é o que tem acontecido ultimamente no Brasil e em especial no Rio Grande do Sul e em sua Capital Porto Alegre, tomados que foram por marionetes movidas pela iniciativa privada.

“Vende-se tudo” é o slogan dos atuais ditos mandatários. E por “tudo” entenda-se o público, aquilo que pertence ao povo. E não apenas os bens imóveis, mas principalmente aqueles essencias a própria vida: o ar que respiramos e a água que bebemos. Vendem o ar pela privatização de parques, praças e locais para derrubada da cobertura vegetal existente, que exercem função vital para a qualidade do ar que respiramos nas cidades. Vendem a água pela privatização das companhias (públicas) que, ao fim do processo, fornecem água potável para o povo, além de saneamento básico.

Hipocritamente criam, por meio de madaletes alojados nos legislativos, expressões “bonitas” para disfarçar a privatização: concessão é uma delas. Dizem, para dourar, que concedem apenas o serviço, a administração, mas que o bem continua público.

Esquecem, marionetes e mandaletes, que são passageiros no poder. E que sua existência se dá tão somente para defender o público. Traem, da forma mais vil, aquilo que são: representantes do povo, do público.

Estão onde estão pelo povo, para o povo e para defender o que é do povo.

Eduardo Leite – governador do Estado – e Sebastião Melo – prefeito de Porto Alegre – tentam se desfazer das companhias de água e saneamento: Corsan, do Estado, e DMAE, do município.

Mostram-se e declaram-se indignos do mandato que receberam. Além de gestores absolutamente incompetentes, pois se a alegada falta de recursos para a manutenção das empresas e seus serviços é realmente a razão das ações para a privatização (o que sabemos todos não ser), outras formas há de tornar Estado e prefeitura autossuficientes para fazer frente às demandas.

Não querem pela simples razão dos benefícios indiretos que receberão após sairem dos seus respectivos governos: bons e bem remunerados empregos, senão nas próprias companhias adquirentes do patrimônio público vendido, em alguma outra de algum “amigo do rei”. Vendo agora e garanto meu futuro.

Eis o que move esse tipo de gente, não o dever para com o que é público. Vendem os parques estaduais; vendem os parques municipais; vende a água estadual (e dos municípios que ela atende), vende a água de Porto Alegre.

E depois vão embora. Mudam-se de cidade e de estado, como muitos antes já fizeram.

E nós, o público, ficamos. Sem nada. Apenas pagando por aquilo que é nosso. Já pagamos, mas pagamos para nós mesmos.

Parece que esquecemos, como sociedade, de lutar pelo público. Apenas movimentos e coletivos. Insuficientes para lutar contra o poderio econônimo do privado. E contra as marionetes e mandaletes vendilhões.

Está ruim assim? Lembremos: pode ficar pior!

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