je suis charlie

Há muitos anos a mídia usa do expediente de criar um senso de generalização. Qualquer notícia – as ruins, de preferência – sempre são dadas ou com adjetivos ou com rótulos ou com qualificação das pessoas envolvidas.

“Engenheiro mata a esposa”, “Terroristas muçulmanos…”,  “Político petista…”, “Comunista declara apoio…”… É interminável e cotidiana a lista de exemplos em que o único objetivo é desenvolver nas pessoas um senso negativo e generalizado contra. Contra o quê? Não importa, pois o importante é que as pessoas sejam adestradas a ser contra.

E, com isso, aprendam a generalizar. O caso dos muçulmanos tem sido recorrente, a tal ponto que muita gente nutre um sentimento de que “essa gente não presta”. Milhões de muçulmanos sofrem um preconceito desnecessário, criado pela insistente adjetivação da mídia.

O mais interessante é que essa generalização tem lado. Não ouvimos falar em “terroristas americanos…”, mas em “soldados americanos…”, não ouvimos falar em “terroristas israelenses…”, mas em “soldados israelenses…”, não ouvimos falar em “político tucano…”.

Precisamos, urgente, aprender a desadjetivar, a desrotular, a desqualificar e a desgeneralizar!

(atualização em 11.01.2015. A imagem abaixo corrobora. Não importa o nome, não importa nada, apenas que era uma “gerente de loja”:

capa rbs

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoHá muitos anos a mídia usa do expediente de criar um senso de generalização. Qualquer notícia - as ruins, de preferência - sempre são dadas ou com adjetivos ou com rótulos ou com qualificação das pessoas envolvidas. 'Engenheiro mata a esposa', 'Terroristas muçulmanos...',  'Político petista...', 'Comunista declara apoio...'... É interminável...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!