BBC

Se há algo de bom no mundo, é que seja lá o que for que estejamos procurando, encontraremos.

Sempre haverá alguma “sumidade” que poderemos utilizar como referência para o que queremos dizer, mas não temos a coragem de assumir sozinhos o dito. Já virou até meme o “pesquisadores da universidade tal e qual…”. Até hoje ninguém sabe quem são esses “pesquisadores”.

O pior de tudo, no entanto, é quando, do alto da nossa auto imagem de “formadores de opinião” (nome bonito para a maioria dos jornalistas que só escrevem o que lhes é mandado escrever) resolvemos desencavar algum ilustre desconhecido para justificar, como disse, aquilo que não temos coragem de assumir como nossa opinião.

E aí fazemos um texto cheio das afirmações desse ente desconhecido, não sem antes enaltecer-lhe as qualidade de pesquisador da universidade tal, escritor do livro tal, etecetera e tal…

É o caso dessa moça, Renata Mendonça, da BBC Brasil. A bobinha, querendo pegar carona na moda “Não vai ter Copa”, produz um texto absolutamente desprovido de qualquer fundamentação. Nada a estranhar, pois fundamentação é coisa que jornalistas, em geral, não sabem fazer. A praia deles é outra, é a praia da opinião. O nosso PIG e seus assalariados é dono de fazer isso: apelar para “experts”. E o que acabamos vendo são textos cheios de meros blá blá blás, sem prova alguma.

Leiam isso aqui: “Sediar a Copa do Mundo não traz nenhum legado econômico, diz especialista“.

A desconstrução é das mais fáceis. Começa que os tais “especialistas” são um jornalista e um economista. Beleza. Mas se observarem, a entrevista se dá apenas com o jornalista. É ele, e tão somente ele, quem emite opiniões. Uma que beira ao nosso velho conhecido “óbvio ululante”. Vejam:

“O jornalista explica que, da mesma forma como os turistas da Copa poderão atrair mais visitantes para o Brasil, eles poderão também afastá-los – vai depender da impressão que terão do país durante o torneio.”

É com base nesse tipo de “argumento” que a jornalista assume (sim, assume, pois ser escreveu um texto em que reproduz esse tipo de coisa, é porque acredita e, se acredita, é porque pensa igual) que a não haverá legado econômico para o Brasil com a copa? Convenhamos, os bons jornalistas devem estar se revirando… nas redações.

Há uma pérola, apenas para finalizar:

“O Brasil não precisava da Copa para se tornar conhecido. O Rio de Janeiro é umas das cidades mais visitadas no mundo todo. A Copa pode até piorar a imagem do Brasil.”

Por favor, leiam novamente!

Ele diz que o ÚNICO PENTA CAMPEÃO do mundo, o único que tem o Rei Pelé (só deve perder para Jesus e os Beatles), o conhecido no mundo inteiro como o “País do Futebol”, estava PRECISANDO de uma copa para se tornar conhecido?

É essa a base para afirmar que não haverá legado econômico? Cadê a fundamentação do parceiro economista?

Quer dizer que a Ernest&Young, empresa que levou trocentos anos para ser reconhecida como uma empresa séria, quando emite um parecer baseado em estudos sérios, NÃO VALE NADA??? Vale a opinião de um jornalista?

Ou nos tornamos um país de gente que não aceita mais esse tipo de trololó sem fundamentação – e que usa de obscuras “autoridades no assunto”-, ou sabe-se lá onde vamos parar!!!

Tem limite, gente, tem limite!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyBrasil Sem PIGSe há algo de bom no mundo, é que seja lá o que for que estejamos procurando, encontraremos. Sempre haverá alguma 'sumidade' que poderemos utilizar como referência para o que queremos dizer, mas não temos a coragem de assumir sozinhos o dito. Já virou até meme o 'pesquisadores da universidade...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!