A preocupação com a devastação ambiental não é recente, como pode acreditar quem liga a televisão atualmente, embora concentrada no que parece ser a “bola da vez”: o aquecimento global, genericamente conhecido pelo título de “mudanças climáticas”.
Basta uma pequena viagem no tempo, algo como 3 a 4 mil anos, para termos a mais absoluta certeza de que é a ação humana, dentre todas, a maior causa desse fenômeno. Mas vamos olhar apenas o que deixou de ser feito nos últimos 40 anos. A começar pela primeira grande reunião fracassada da humanidade em torno da questão ambiental: a Conferência de Estocolmo, em 1972.
Foram aprovados 24 “princípios”. Vejamos um por um.
Princípio 1 – O homem tem direito fundamental à liberdade, à igualdade e desfrute de condições de vida adequadas em um meio de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar; tem solenemente obrigação de proteger e melhorar o meio para as gerações presentes e futuras. Em relação a esse aspecto, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de opressão e dominação estrangeira devem ser condenadas e devem ser eliminadas.
Básico, mas assim como foi o primeiro a ser escrito, sempre foi o primeiro a ser descumprido, desde que o homem é homem. Aí reside a causa fundamental da questão ambiental (e de todas as demais, diga-se de passagem): a sempre presente e forjada desigualdade entre os homens.
A humanidade urbanizou-se e, com isso, “favelou-se”, no sentido de que as cidades jamais terão “condições de vida adequadas” para as pessoas. Confunde-se “fixação do homem no campo” com “reforma agrária”. Nesse aspecto, devemos desenvolver um novo modelo, e novas ações, para lidar com as questões do êxodo rural.
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Parte da humanidade aperfeiçoou as formas de apartheid, de segregação, de discriminação e de opressão ou dominação. Todas elas, agora, assumem a forma mais perversa: a segregação financeira. Se tens dinheiro e consomes, és bem-vindo; se não tens dinheiro, nós te oferecemos mais do que precisas para consumir tudo o que queremos e te oferecemos. Mas, ao final, serás mais um no bando dos miseráveis devedores. Essa é a lógica da atual dominação.
Princípio 2 – Os recursos naturais da Terra, inclusive o ar, a água, a terra, a flora e fauna e, especialmente, amostras representativas dos ecossistemas naturais, devem ser preservados em benefício das gerações presentes e futuras mediante uma cuidadosa planificação e ordenação, segundo convenha.
Quase sem comentários. Sequer estamos conseguindo preservar a natureza para nós, que dirá para as gerações futuras. Trinta e sete anos passados e só o que fizemos foi piorar.
Mediante uma cuidadosa planificação e ordenação, diz o princípio. A única planificação bem ordenada foi a venda de carbono. Para isso surgiram soluções rápidas e eficazes. E não poderia deixar de ser. Afinal, a mãozona invisível jamais falha quando se trata de ganhar.
Imagem: daqui.

Luiz Afonso Alencastre Escosteguyaquecimento globalFaça a sua parteMudanças climáticasA preocupação com a devastação ambiental não é recente, como pode acreditar quem liga a televisão atualmente, embora concentrada no que parece ser a 'bola da vez': o aquecimento global, genericamente conhecido pelo título de 'mudanças climáticas'. Basta uma pequena viagem no tempo, algo como 3 a 4 mil anos,...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!