CARTOLA
O futebol brasileiro começou a perder quando a cartolagem tomou conta definitivamente dos clubes, das federações e da confederação.

O futebol brasileiro tornou-se uma marca para vender commodities: os jogadores. Com isso, o futebol brasileiro passou a depender de “astros”. Astros que deveriam ser devidamente “preparados” (pela mídia, inclusive, que fatura montanhas de dinheiros com os garotos propaganda) para serem vendidos a peso de euros.

Os times brasileiros perderam o senso do que é ser um “time”. Sequer uma equipe são. Não passam de um grupo de jogadores reunidos para dar suporte ao astro. E euros para a máfia dos cartolas e “empresários”.

Com certeza esse é um fenômeno mundial, mas o Brasil conseguiu exponenciar a questão. Os campeonatos brasileiros têm sido um show de mesmice técnica e tática. Os técnicos são sempre os mesmos há muitos anos, apenas se revezam nos clubes e na seleção brasileira.

E os novos? Talvez com alguma rara exceção, todos aprendem que devem fazer igual aos “mais antigos”, ou, pior ainda, só se tornam “grandes” técnicos se seguirem a cartilha dos cartolas.

O futebol brasileiro “principal” é extremamente caro se comparado com os resultados em termos de qualidade. Mas é, também, extremamente vantajoso para que negocia as commodities.

Um dos grandes problemas desse tipo de ser no futebol é, além de não ter times, é não ter lideranças em campo.

Astros não são líderes. Um líder, só para citar um exemplo, foi Didi. Tivemos outros; faz tempo que não temos isso no futebol brasileiro.

A seleção não tinha líder. Técnicos não são líderes, a função deles é outra. Esperávamos uma reação do Felipão, quando deveríamos esperar a reação de um líder dentro do campo. Não que colocasse a bola embaixo do braço e caminhasse calmamente para o centro, mas que mostrasse aos demais que poderíamos ser mais.

Mais até que o próprio treinador, se fosse necessário. E contra a Alemanha era necessário. Mas não temos mais líderes, só astros.

Os cartolas e empresários, para criar astros vendáveis, precisavam acabar com os líderes.

Conseguiram.

Ou o futebol brasileiro deixa de ser uma marca para vender astros, ou vai demorar muito tempo para que consigamos ganhar o hexa.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoO futebol brasileiro começou a perder quando a cartolagem tomou conta definitivamente dos clubes, das federações e da confederação.O futebol brasileiro tornou-se uma marca para vender commodities: os jogadores. Com isso, o futebol brasileiro passou a depender de 'astros'. Astros que deveriam ser devidamente 'preparados' (pela mídia, inclusive, que...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!