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Perdemos, de uns tempos para cá – e mais acentuadamente com as eleições de 2014, talvez a maior característica que nos distinga do restante dos animais: a capacidade de ver que toda moeda possui dois lados.

Perdemos a capacidade de análise. Viramos uma sociedade de seres com pré-conceitos formados para tudo. Viramos uma sociedade de caras sem coroas.

Até o Poder Judiciário, a quem atribuímos a capacidade de julgar, isto é, de ver que toda moeda tem dois lados, perdeu-se em meio aos pré-conceitos.

Não existem mais opiniões postas para debate; o que temos são verdades exaradas, sentenciadas.

O comum do povo se habituou a isso e prontamente passou a copiar. Vale mais o dito. Não qualquer dito, mas o que cada um dita.

Sabemos como esse propósito foi plantado e desenvolvido na sociedade nos últimos 50 anos. O resultado está aí.

Não há tema qualquer para o qual não existam, já prontas, bravatas pré-estabelecidas. Nosso trabalho é apenas escolher uma – ou algumas – dentre elas.

Como se diz, em linguagem chula, o negócio é “meter o pau”! Não importa se existem razões que justifiquem isso ou aquilo; isso ou aquilo devem sempre ser apenas o único lado da moeda.

A história – uma das primeiras atingidas pela sanha das bravatas – um dia cobrará o outro lado da moeda.

E quando esse dia chegar, será tarde, pois já seremos, definitivamente, um povo que nunca viu uma moeda…

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoPerdemos, de uns tempos para cá - e mais acentuadamente com as eleições de 2014, talvez a maior característica que nos distinga do restante dos animais: a capacidade de ver que toda moeda possui dois lados. Perdemos a capacidade de análise. Viramos uma sociedade de seres com pré-conceitos formados para...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!