Empurrados pela sanha bolsonarista – da qual fazem parte – que tomou conta do país a partir de 2018, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, eleito para mais um mandato, e o prefeito de Porto Alegre sentiram-se protegidos para aprofundar o característico movimento da direita neoliberal de privatizar tudo o que leve o rótulo de público, eliminado, inclusive, entraves legais e constitucionais que os impediam.

Apontamos o dedo para os dois, mas não podemos esquecer que são apoiados por bandos na Assembleia Legislativa e na Câmara de Vereadores. Estes sim, que deveriam proteger o patrimônio público, são os verdadeiros entreguistas.

É na Câmara e na Assembleia que a vida acontece ou deixa de acontecer quando se trata da disputa entre o público e o privado. Somente eles têm o poder de frear a sanha privatista dos governantes.

O rol de “res publica” colocadas à disposição do lucro, em detrimento do uso irrestrito pelo povo, é grande. Algumas – várias – não foi possível evitar, posto que aconteceram no auge da ideologia bolsonarista que, repito, ambos são ferrenhos defensores. Outras, no entanto, ainda estão em andamento e já sofrem as consequências do declínio do mal que assolou o país sob o comando daquele que, sequer terminado o mandato, já está inscrito nos livros de história do Brasil como o mais energúmeno presidente já havido. Um incapaz cujo sonho maior era dar um golpe de estado e se perpetuar no poder. Se não ele, os seus.

Eleitos foram, sem dúvida, mas não representam, de fato, a maioria. E é essa maioria que começou a se levantar em 2022, cansada que estava de ver uma minoria pensar que poderia fazer o que bem entendesse com a coisa pública, a “res publica”; cansada que estava do medo frente a uma cada vez maior irracionalidade dos bolsonaristas, como a que vemos agora, com manifestações literalmente terroristas sendo aceitas como “livres manifestações” de contrariedade com o resultado da eleição presidencial; cansada que estava de ver o patrimônio público ser entregue a uns poucos conglomerados empresariais.

A luta não terminou. 2022 não vai acabar tão cedo.

Os movimentos se levantam. Falta apenas que se unam. Precisamos urgentemente entender que, a par da defesa do foco de cada um, estamos inseridos em um contexto maior que exige a luta comum: que os defensores da CORSAN pública participem ativamente da luta da REDENÇÂO pública; que os defensores do DMAE público participem ativamente da luta por uma Lami para sua comunidade; que todos se unam na defesa da demarcação das terras indígenas do Morro Santana.

Não podemos mais ver a briga contra o Estado como sendo uma briga que não é Porto Alegre; Não podemos ver as brigas de Porto Alegre como não sendo de todos os gaúchos.

O inimigo é um só: as privatizações irracionais.

Que 2022 só termine quando esses governantes forem colocados em seus devidos lugares: gestores da “res pública”.

E depois, quando pudermos começar 2023, que iniciemos o movimento para que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre a Assembleia Legislativa nuca mais voltem a ter vendilhões em seus quadros. E, claro, a atual marionete municipal executiva seja definitivamente defenestrada da política.

Que em 2023 tenhamos um bom final de 2022. Dure quanto durar!

 

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyHypocrisisAsssembleia Legislativa,Câmara de Vereadores,Porto Alegre,Privatização,Redenção,Rio Grande do SulEmpurrados pela sanha bolsonarista – da qual fazem parte – que tomou conta do país a partir de 2018, o governador do Estado do Rio Grande do Sul, eleito para mais um mandato, e o prefeito de Porto Alegre sentiram-se protegidos para aprofundar o característico movimento da direita neoliberal...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!