2018a

Toda essa crise criada teve o condão de provocar, em mim ao menos, algo que não lá muito do meu costume: pensar no futuro político do país.

Julgava sedimentado que havíamos nos tornado uma sociedade madura, isto é, uma sociedade cuja cultura e ações sempre estariam voltadas para a obtenção do equilíbrio social.

Mas não! O que vemos hoje é um recrudescimento de um modelo de sociedade arcaico, baseado na meritocracia “herdada” e na manutenção dos privilégios que uma classe conquistou atuando por 500 anos como dona do poder.

O que me faz pensar que 2018 será conhecido como o ano em que a sociedade brasileira perdeu, definitivamente, o rumo.

O que temos para 2018 e depois?

Basta olhar o que se apresenta para 2018.

PT

Lula. Ninguém mais. Mais de 30 anos de existência, 12 anos de governo federal e o que nos apresentam? Lula.

O mesmo vale para estados e municípios. Mais dos mesmos.

Se o projeto é tão bom assim, por que não existem outras pessoas tão boas assim como alternativa? Não lançaram ainda o Haddad para protege-lo?

Lula em 2018 é apenas poder pelo poder. Se fosse pelo “projeto”, Lula e Dilma já teriam feito a reforma tributária, a agrária, a política, a da comunicação social. Já teriam colocado no patamar correto os bancos, os rentistas e as grandes fortunas.

O PT, apesar dos grandes avanços sociais, falhou na base da própria ideologia. Compactuou com o que de pior temos no país em nome de algo que sempre teve pelo voto: a governabilidade. Associou-se com partidos fisiologistas e jogou na lata do lixo os votos que recebeu.

Hoje aperta aos trabalhadores que fazem parte do seu nome, Partido dos Trabalhadores, e deixa correrem soltos os espoliadores contra os quais nasceu.

O PT não vai acabar, simplesmente deixou de ser opção.

PSDB

Aécio. Alckmin. Serra. Ninguém mais. Mais de 30 anos de existência, 8 anos de governo e o que nos apresentam? Aécio. Alckmin. Serra.

O mesmo vale para estados e municípios. Mais dos mesmos.

Se o projeto é tão bom assim, por que não existem outras pessoas tão boas assim como alternativa?

Todos 171. Citados, delatados, investigados ou fichas-sujas.

O PSDB e sua gente representa o que de mais retrógrado podemos ter em um país. Associados ao grande capital e à mídia oligárquica, só tem um projeto: a manutenção da exploração da sociedade, via estado e economia, em proveito próprio.

São os que exploram os trabalhadores. Os que defendem a meritocracia como princípio fundamental e fundador da sociedade.

O PSDB não vai acabar, mas deveria acabar como opção daqueles que, explorados, são presas da Síndrome de Estocolmo.

PMDB

É o lixo da nossa história política contemporânea.

Sequer candidato tem – ou teve, ao longo dos anos – para apresentar.

É comandado por réus e investigados em todas as operações que tiveram nome nos últimos 20 anos. A começar pelo mais falcatrua de todos: Eduardo Cunha.

O PMDB é o câncer que está destruindo esse país.

Um dia os dicionários registarão que o verbete fisiologismo significa PMDB.

O PMDB não vai acabar. Mas deveria.

PSOL

Luciana Genro. Ninguém mais. O Jean Wyllys tem duas opções até 2017: ou sai do PSOL ou dá um jeito do partido mandar a Luciana Genro sair.

A Luciana é boa. Boa para ser vereadora ou, no máximo, deputada estadual. Fazer o que ela sabe fazer bem: berrar! E o local para ser berrar é o Legislativo, não o Executivo.

O PSOL não vai acabar. Mas enquanto tiver Luciana Genro como candidata, não vai passar do que é: um nanico a mais. E não uma opção das esquerdas, como pretender – e dizem – ser.

PCdoB

Hein? O PCdoB é a versão nanica do PMDB. É o partido fisiologista preferido do PT. Um cachorrinho que sai de coleira para passear com o dono.

O PT manda “finge de morto” e o PCdoB se finge de morto; o PT manda “balança o rabo” e o PCdoB balança o rabo.

Uma pena, pois é o partido que tem apresentado gente realmente nova na forma de fazer política.

O PCdoB não vai acabar. Só vai continuar andando de coleira.

PDT

Hein? Apesar do Ciro Gomes, me recuso a falar de um partido que tem como senador Lasier Martins.

Lasier no PDT é um ato simbólico de esquartejamento da memória do Brizola. Sem contar outros tantos similares a ele Brasil afora.

O PDT não vai acabar. Vai se acabar. Por conta própria.

MARINA

Nem cito o nome do partido. Opção da inconsequência e da irracionalidade que tomou conta de parcela da população.

“Ambientalista” que se associou a um dos maiores salafrários destruidores da natureza. E que se vende, graças aos lucros que obtém, como mocinho defensor da natureza.

Coerência deveria ser tudo em um político. Coerência é tudo o que falta em Marina.

Além de não ter dado “um pio” sequer no maior desastre ambiental da história.

Marina vai acabar. Assim como acabam todos os hipócritas: na lata do lixo da história.

O resto é somente o resto. Nada que preste.

Em 2018 teremos a definitiva certeza de que perdemos o rumo.

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