vida em vão

Às vésperas de completar 59 anos, tenho me feito algumas perguntas:

Por que, com todo esse tempo de vida, nunca tivemos segurança pública? Por que, com todo esse tempo de vida, nunca tivemos educação de qualidade? Por que, com todo esse tempo de vida, nunca tivemos atenção à saúde com qualidade? Por que, afinal, com todo esse tempo de vida, nunca vi isso acontecer no Brasil? Essas e outras questões?

E a pergunta que não quer calar: com talvez pouco mais de 25 anos úteis de vida – se tanto – será que ainda verei tudo isso acontecer? Se não fizemos em 59, faremos em 25?

Não creio! E por uma simples razão: na verdade, não queremos nada disso.

Se quiséssemos, teríamos aprendido a escolher melhor nossos representantes, as pessoas que são pagas por nós para fazer aquilo que queremos para a sociedade.

Mas o que tem acontecido? Elegemos, para o executivo e para o legislativo, pessoas que, passados 59 anos, nada fizeram. E ultimamente só pioraram a situação.

Se alguém conseguir recordar de algum governo ou de algum legislativo – da união, estados e municípios – que tenha efetivamente implantado programas que resultaram em segurança pública, educação de qualidade e atenção à saúde com qualidade, por fazer avise.

Políticos, em qualquer era e de qualquer partido, não querem isso. E fazem questão de não fazer. E sabemos que é assim que o jogo é jogado. Afinal, nós os colocamos em campo. E aceitamos, de bom grado, o papel de pedintes daquilo que é nosso.

Não sabemos cobrar. Não queremos cobrar. Temos memória curta! Votamos por obrigação. Jogamos para fora da memória o nome dos escolhidos tão logo quanto jogamos o santinho na rua, assim que acabamos de votar.

Todas essas questões são as tais de questões políticas, que os partidos dizem defender. Mas há 59 anos nenhum efetivamente implementa. Fora diferente e eu não passaria esse tempo todo ouvindo pedintes por segurança, educação e saúde.

Entra ano e sai ano e nada muda. Nosso dito “progresso” se dá tão somente de forma empurrada pelo progresso do resto do mundo. O mundo avança na ciência? Sobra um pouquinho para nós. O mundo avança na educação? Sobra um pouquinho para nós. O mundo avança em tecnologia? Sobra um pouquinho para nós. Vamos a reboque do mundo porque o mundo precisa de mercado para seu progresso. Ao menos ainda temos um pouquinho de dinheiro para pagar por esse pouquinho de progresso.

Mas na vida, ainda não vi avançarmos naquilo que deveríamos: sermos um povo que sabe que tipo de país deseja e que luta para ter esse país para si e não um país de e para uma casta.

Se não temos segurança, educação, saúde e tantas outras coisas, é porque escolhemos quem sabemos que não vai nos dar isso. Preferimos ser um povo miserável e pedinte, subserviente de uma casta que faz do país o que bem entende.

Lembremos que os políticos são “financiados” por uma casta.

De uma casta que está segura, ganham bastante bem para pagar pela saúde, seus filhos têm educação e todos moram muito bem, obrigado.

O resto que se dane!

Que resto? O resto que há 59 anos vejo pedindo migalhas. Inclusive eu!

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