ampulheta

Muitos dizem que a história é aquela contada pelos vencedores; outros, ao contrário, que é a história não contada, a história do perdedores, dos oprimidos, dos escravos.
Os avós contam a história como sendo aquela que nunca voltará.

Alguns historiadores datam os fatos da história; outros, ao contrário, interpretam os fatos. Alguns dizem que não interpretam, que apenas fazem uma leitura da interpretação dos “leitores da época”.

Talvez hoje, um pouco mais do que anteriormente, mas infinitamente menos do que adiante, saibamos que a história não passa das breves configurações dinâmicas assumidas pela rede. A história didática que nos ensinam, não passa de fotografias de alguns nós dessa rede, destacados e juntados, não em uma nova rede, mas em uma linha estanque de pontos que não resistem a nova ferramenta de análise: a análise em rede.

Uma ferramenta ainda em desenvolvimento, como o foram o método de Descartes e a dialética marxista, em suas épocas, por exemplo. Uma ferramente ao alcance de poucos ainda: a análise em rede!

Esse é o desafio que se coloca diante da humanidade, doravante. Essa é, talvez, a grande mudança tão decantada para a Era de Aquários: formular toda uma “concepção de humanidade em rede”.

Aprender a não pensar mais em “causa e efeito”, ou em conexões do tipo “um pra um” ou “um pra muitos”, mas em aprender a pensar na não existência das conexões, mas apenas na temporalidade das conexões como sendo a única história que poderá ser preservada e, por consequência, ser contada.

Difícil tarefa para os seres humanos: abandonar a lógica linear e estritamente científica e religiosa, para desenvolver a “não lógica” das redes: o contexto! Se há algo que mais poderia se aproximar de uma “definição” que poderíamos dar ao que seja a vida, esse algo é: a vida é um contexto que se desenvolve em rede.

O tempo não existe. E, portanto, não existe a história. Passado, presente e futuro são imperfeições da nossa ânsia em fotografar o mundo. Da nossa necessidade de viver em nós (no duplo sentido) e não apenas viver nas e para as conexões, a rede!

Novidade? Nenhuma. Sempre foi assim. Alguns, talvez, pensem que as “modernas” ferramentas de informática, em particular as redes sociais, tenham criado um “admirável mundo novo” (só para usar o título).

Deus criou as redes sociais. Adão, Eva e a Cobra se encarregaram de criar as conexões que nos expulsaram do paraíso. A cobra foi o primeiro hacker. Ela entendeu as conexões e foi ela que postulou, pela primeira vez, que a vida não é um cosmos, mas sim, um caos, o caos da rede, o caos das conexões dinâmicas que criaram a vida como ela sempre foi.

O que é a História? São apenas nós da rede da vida dispostos linearmente.

Se há algo que irá, definitivamente, ultrapassar o Século das Luzes – última grande mudança na humanidade – esse algo será não o “homo sapiens sapiens”, mas o “homo sapiens conexus”! O homem conexo!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyUncategorizedMuitos dizem que a história é aquela contada pelos vencedores; outros, ao contrário, que é a história não contada, a história do perdedores, dos oprimidos, dos escravos. Os avós contam a história como sendo aquela que nunca voltará. Alguns historiadores datam os fatos da história; outros, ao contrário, interpretam os fatos. Alguns...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!