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Não, não se trata de abrigar “ladrões” ou “corruptos” eleitos pelo povo que hoje se diz contra a corrupção. Mesmo porque, grande parte dos políticos que lá estão são honestos.

Sim, honestos. Para usar um tema atual, não podemos xingar um senador, por exemplo, apenas porque utiliza a estrutura existente para um tratamento dentário.

São temas bem distintos: conivência com um sistema que, somente depois de publicizado se torna imoral, com desonestidade. E isso vale para inúmeras outras situações benéficas aos representantes. No caso, o que faltou foi cidadania, nossa, para ter cortado esses males lá na raiz, quando foram criados.

Mas não havia transparência naquela época, né?

A questão da honra não tem nada, ou quase nada, a ver com isso. Quer dizer, em parte até tem, pois honra tem a ver com não conivência.

Houve uma época, nesse Brasil, em que o Congresso não foi conivente com um chefe de poder. E fez com que ele, depois de impedido para julgamento, renunciasse.

Um processo de extrema democracia, como jamais visto no Brasil.

E por qual razão o atual Congresso se acovarda ante Joaquim Barbosa? Quando do impedimento de Collor, sobejavam indícios de improbidade administrativa, incluindo denúncias de corrupção.

Hoje há sobejas razões indicando que Joaquim Barbosa não apenas feriu a Lei da Magistratura, como declarou em público ter manipulado as penas para prejudicar um réu, contrariando, inclusive, um dos princípios mais básicos do Direito Penal, que é não criar artificialmente situações que agravem o castigo a ser aplicado, além da justa medida.

Parece existir uma semelhança e uma diferença entre os dois casos. A semelhança é que ambos foram insuflados pela mídia, em especial a Rede Globo, para que se tornassem vassalos. Collor na vassalagem presidencial; Barbosa na vassalagem para liquidar com o PT.

A diferença? Essa é um pouco mais sutil, por enquanto. No caso do Collor, não demorou muito para que a própria Globo “colocasse” a juventude de cara pintada nas ruas. Barbosa já foi esquecido por ela.

E talvez seja isso que o Congresso esteja esperando: o apoio da Globo para colocar o bloco na rua. Quer dizer, o Barbosa.

Em 1992, a Globo tinha apenas dois escândalos contra si (embora muito bem controlados): Brizola e Lula. Proconsult e manipulação do debate.

Hoje a Globo tem escândalos que valem muitos brizolas e lulas, como o da sonegação… Colocando-se abertamente contra o Barbosa, passará certidão, reconhecida em cartório (3 vias originais), de que é autora da maracutaia chamada AP 470. Está, muito discretamente e torcendo para que seus crentes não percebam, tirando o time de campo.

E o Congresso aproveita a deixa e faz o mesmo!

Da Globo e congêneres não há que se esperar nada além do que fazem, mas o Congresso?

O Congresso Nacional já teve mais honra!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoNão, não se trata de abrigar 'ladrões' ou 'corruptos' eleitos pelo povo que hoje se diz contra a corrupção. Mesmo porque, grande parte dos políticos que lá estão são honestos. Sim, honestos. Para usar um tema atual, não podemos xingar um senador, por exemplo, apenas porque utiliza a estrutura existente para...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!