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Para a mídia oligárquica e para alguns extremados de esquerda, tudo é um eterno Big Bang.

Os fatos existem de uma hora para outra e o que apenas importa é ser contra. As razões do fato? Não interessam. Interessa é criar pensamentos simplórios, únicos e totalmente desprovidos de fundamentos, típicos dos fáceis de serem alardeados como bravatas.

Cidadão honesto passa 35 anos contribuindo para a previdência, esperando ou usufruir ou deixar algum conforto material para a família, caso morra.

Ao longo desses 35 anos, sua contribuição ajudou outros milhares a tentarem uma vida digna na aposentadoria ou para suas famílias.

O direito religiosamente cumprido pelo dever de contribuir.

Eis que surge o Big Bang e tudo parece virar um Compêndio de Moral.

Viram-se os dedos para apontar imoralidades de pensões recebidas por este ou aquele. Do Big Bang surge, como surgiu no Universo a massa escura, a expressão “para filhas solteiras”. A expressão passa a preencher a moral vigente.

Some-se a isso, o fato de que a razão pura da ignorância é sempre a mesma: o povo paga!

Já dizia o sábio que uma mentira repetida milhões de vezes vira verdade.

Entre a Moral e o Direito reais não existe Big Bang. Leis nascem de um padrão moral vigente ao tempo que são feitas. Resolvem problemas ou positivam situações sociais fáticas.

E é do senso de Justiça que trazemos o conceito de direito adquirido. O conceito de direito adquirido é muito mais informado pela Moral do que pelo Direito, posto que Justiça é algo muito mais próximo da Moral do que do Direito. O Direito pode ser injusto, a Moral nunca!

A grande transformação que estamos assistindo na sociedade brasileira, pós-ditadura civil-militar, é justamente uma transformação moral. E uma transformação, a meu ver, pior, pois afasta a Moral da Justiça, ao tentar pura e simplesmente acabar com o que foi, um dia, moralmente aceitável, ou, usando uma expressão colada: a moral adquirida.

Esquecemos que também faz parte do senso de Justiça a moral adquirida.

O resultado da perda dos conceitos de direito e moral adquiridos é um só: a perda do conceito de Justiça. E onde não há Justiça, não há sociedade.

Esquecemos que nossos pais e avós viveram no século XX. A imensa maioria do povo brasileiro, que está viva hoje, ou não sabe ou parece esquecer o que foi o século XX. Desnecessário recordar: o século do terror, o século que ninguém poderia dizer, com certeza, se chegaria ao fim. O século das grandes guerras, da bomba atômica, da guerra fria…

Não vivi em outros séculos, mas vivi 43 dos meus anos no século XX. O suficiente para ter vivido com medo por todos esses 43 anos.

E o suficiente para entender que o resultado do século XX, nas pessoas, foi uma ânsia de proteção. Não havia segurança quanto ao futuro. Aliás, para muitos, sequer haveria futuro. Mas havia, também, a Era de Aquários, um mundo novo. A expressão máxima da necessidade de proteção que a humanidade sentia.

Eis a Moral do século XX: destruir e proteger.

E parece que o século XXI vai se encaminhando para ser o século da destruição. Espero que apenas pareça…

E quanto às “filhas solteiras” que não casaram para receber a pensão dos pais? Elas morrerão no século XXI…

É isso que está nos faltando: matar não as pessoas moralmente (elas morrerão de qualquer jeito), mas matar o século XX…

E enterrá-lo a sete palmos, bem enterrado!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoPara a mídia oligárquica e para alguns extremados de esquerda, tudo é um eterno Big Bang. Os fatos existem de uma hora para outra e o que apenas importa é ser contra. As razões do fato? Não interessam. Interessa é criar pensamentos simplórios, únicos e totalmente desprovidos de fundamentos, típicos...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!