tarsila

Após um pouco mais de meio século acordado nesse mundinho chamado Brasil, percebo que até hoje algumas perguntas não encontraram suas caras metades, as respostas. E pelo andar da carruagem, parece que serão esquecidas solteiras, algum dia, em alguma gaveta da nossa história.

Entra eleição e sai eleição, e continuamos a dar demonstrações cabais de que não conseguimos nos unir em torno de uma agenda comum sobre que país queremos. Por vezes – e muitas – tenho a impressão que o grande culpa disso é a nossa “eterna” mania de empurrar para os outros, aquilo que não queremos fazer pessoalmente. Somos uma sociedade de duas classes: nós e os estagiários.

Nosso sistema de representação política, sabemos, já nasceu fadado a não funcionar. E por duas razões bem conhecidas: primeira, é que todo resultado advindo da representação sempre será um resultado da representação. Explico. É fácil entender que o nosso sistema é um sistema que permite à representação, uma vez escolhida, tornar-se apenas uma presentação. Eles tornam-se um corpo à parte da sociedade que o elegeu e seus resultados são obtidos e direcionados segundo critérios de interesse de partidos, quando não pessoais. Um projeto de educação desenvolvido e implantado por um governo de um partido – mesmo que contando com uma “base aliada” para sua aprovação, sempre será combatido por outros partidos, não porque seja ruim, mas porque são “oposição”.

A segunda, é que ainda não compreendemos, como sociedade, que delegar não é afastar de si a responsabilidade por tudo quanto nossos delegados venham a fazer. Não recordo em que momento, da nossa história, tenhamos nos educado para ser uma sociedade consciente das suas responsabilidades. Pelo contrário. Somos constantemente educados a cobrar nossos direitos, esquecendo que responsabilidade é dever. Cumprir com os nossos deveres é que nos abre as portas para que possamos cobrar nossos direitos.

Estamos tão esquecidos disso, que não cobramos que nossos representantes cumpram com os deveres deles. E uma terra onde todos têm direitos e ninguém deveres, só pode se chamar Brasil.

Qualquer reposta para as perguntas a seguir, quando proveniente desse sistema político será, por natureza, uma resposta parcial e, portanto, sempre combatida por parcela da sociedade que não concorda com elas. Enquanto não decidirmos por nós mesmos as repostas, as perguntas continuarão solteiras.

Precisamos, mais do que uma reforma política, é de uma REFORMA SOCIAL!

O que é EDUCAÇÃO DE QUALIDADE?

O que é SAÚDE de qualidade?

Que SEGURANÇA queremos?

Que tipo de CIDADE queremos e de que MOBILIDADE URBANA precisamos?

Qual é o nosso BEM COMUM?

Quando tivemos a capacidade de formular respostas, da sociedade para a sociedade, quiçá possamos voltar a pensar em ter um novo sistema político.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyCidadaniaO ChatoUncategorizedApós um pouco mais de meio século acordado nesse mundinho chamado Brasil, percebo que até hoje algumas perguntas não encontraram suas caras metades, as respostas. E pelo andar da carruagem, parece que serão esquecidas solteiras, algum dia, em alguma gaveta da nossa história. Entra eleição e sai eleição, e continuamos a...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!