Cena 1:
Porto Alegre, 31 de março de 2009. 08h30min. 25 graus.
Filas, elevadores e trabalho são lugares onde, via de regra, topamos com “conhecidos” e “desconhecidos”. Em comum, esses encontros têm, além do usual e educado cumprimento, pequenas conversas – no mais das vezes originadas do constrangimento – que versam sobre banalidades: futebol, tempo e um ou outro fato marcante anunciado pela mídia.
Não tem sido diferente com um colega de trabalho. Toda vez que o encontro no elevador, é bom dia pra cá, boa tarde pra lá. “E aí, como vão as coisas?” É o tempo do elevador chegar ao décimo-quinto andar, onde desço com um cordial “tchau!”. Assim tem sido pelos últimos 10 anos que trabalhamos na mesma instituição.
Hoje, no entanto, foi diferente. Ao entrar no elevador e cumprimentá-lo “e aí…”, ouvi, como resposta “tudo bem, mas e o aquecimento global? O que achas disso?”
Imaginem minha cara de espanto… ao ver o colega “conhecido” preocupado com o aquecimento global.
Cena 2:
Porto Alegre, 31 de março de 2009, 14 horas. 35 graus.
“Acabou a luz”. Certamente pelo uso excessivo dos aparelhos de ar condicionado. Afinal, 35 graus nessa época não é o que se poderia chamar de “comum”, apesar de ser época quente. Enfim, a tal da “vida moderna”, toda feita em computadores, simplesmente para. Reuni a equipe para conversar enquanto a “luz” não voltava.
Faço uma perguntinha básica, como quem não quer nada e já esperando uma resposta totalmente negativa: “alguém aqui apagou as luzes da casa no sábado passado?”
Imaginem minha cara de espanto… ao ver que todos (são sete) responderam que sim, que haviam apagado as luzes. Os que têm filhos pequenos relatam que a criançada adorou. Os que moram com os pais, disseram que eles adoraram.
De ruim, restou saber que, apesar das luzes apagadas, as televisões permaneceram ligadas. Ou de bom, pois ouvi dizer que um dos canais interrompeu sua programação às 20h30min para pedir que as pessoas apagassem as luzes.
O que resta de tudo isso? Resta que as questões ligadas ao meio ambiente felizmente já são conversas de elevador, de filas e que as pessoas, mesmo que o “ecochefechato” não as pressione, lembrando dos eventos, fazem a sua parte!
As formiguinhas seguem seu caminho…

Luiz Afonso Alencastre Escosteguyações práticasaquecimento globaldatasFaça a sua parteMudanças climáticasPara pensarCena 1: Porto Alegre, 31 de março de 2009. 08h30min. 25 graus. Filas, elevadores e trabalho são lugares onde, via de regra, topamos com 'conhecidos' e 'desconhecidos'. Em comum, esses encontros têm, além do usual e educado cumprimento, pequenas conversas - no mais das vezes originadas do constrangimento - que versam...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!