einstein

Há no mínimo 55 anos, que me recorde, que todo final de ano as escolas – senão em todas, com certeza em sua maioria esmagadora – submetem crianças e pais ao ritual da mesmice: as apresentações de fim de ano.

Imagino que deva existir uma disciplina nos cursos de Pedagogia chamada “Pedagogia da Mesmice”, cuja ementa é: “Espera-se que o aluno, ao término do período letivo, esteja apto para organizar eventos de fim de ano nas escolas onde venha a desempenhar o magistério”. Com certeza, também, a disciplina disponibiliza uma apostila contendo um roteiro de como devem ser organizados tão importantes eventos.

Muitos pais e mães, por terem sido educados nessa pedagogia, acabam reproduzindo o modelo e se tornam incapazes de ver que tgalvez existam outras formas de celebrar um final de ano nas escolas.

Escolas cristãs, por exemplo, bem poderiam ensinar verdadeiros valores cristãos e não, como prega a Pedagogia da Mesmice, o culto ao umbigo, com apresentações de crianças fantasiadas, que mais servem para que pais se exibam e as exibam como lindos troféus que fizeram. Escolas públicas poderiam incorporar o slogan “País rico é país sem pobreza” e estabelecerem, como comemoração de fim de ano, ações de solidariedade, por exemplo.

Há um ano letivo inteiro (vários anos, na verdade) para preparar as crianças com outra forma de encarar a vida e o mundo que as rodeia; um modo de solidariedade, de troca, de aprender a ver o outro. São cinco ou seis anos em que as escolas poderiam dedicar esse tempo para uma educação cidadã e não a educação do “para si”, uma educação que ensina o exibicionismo e o consumismo, como tem feito a Pedagogia da Mesmice.

Se é isso que ensinamos às nossas crianças, assim serão os adultos que teremos. Será tão difícil assim sair do quadrado e começar a mudar a sociedade mundando a pedagogia? Alguma escola com coragem para assumir essa mudança? Alguém com coragem para dizer: chega dessa mesmice!

Rola um Hoax muito interessante no Facebook, de onde tiro esse trecho:

“Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Venham, benditos de meu Pai! Recebam como herança o Reino que foi preparado para vocês desde a criação do mundo. Pois eu tive fome, e vocês me deram de comer; tive sede, e vocês me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês me acolheram; necessitei de roupas, e vocês me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de mim; estive preso, e vocês me visitaram’. “Então os justos lhe responderão: ‘Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber? Quando te vimos como estrangeiro e te acolhemos, ou necessitado de roupas e te vestimos? Quando te vimos enfermo ou preso e fomos te visitar?’ “O Rei responderá: ‘Digo a verdade: O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram’.”

Depois de haver recitado o texto de Mateus 25:34-40, olhou a congregação e lhes contou tudo que havia experimentado aquela manhã. Muitos começaram a chorar, muitas cabeças se inclinaram pela vergonha. O pastor disse então: “Hoje vejo uma reunião de pessoas, não a Igreja de Jesus Cristo. O mundo tem pessoas suficientes, mas não suficientes discípulos. Quando vocês se tornarão discípulos?”. Logo depois, encerrou o culto e despediu-se: “Até semana que vem”! Ser cristão é mais que algo que você defende. É algo que vive e compartilha com outras pessoas.”

Troquem cristão, por qualquer outra coisa se desejarem. É muito difícil tentar educar de forma diferente, quando as escolas deseducam com a Pedagogia da Mesmice!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoHá no mínimo 55 anos, que me recorde, que todo final de ano as escolas - senão em todas, com certeza em sua maioria esmagadora - submetem crianças e pais ao ritual da mesmice: as apresentações de fim de ano. Imagino que deva existir uma disciplina nos cursos de Pedagogia...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!