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A “grande” filosofia do final do século XX e início desse turbulento século XXI é a imposição entre o ser e o ter.

Recordo que já nos anos 80 o mote era a Era de Aquários, vindoura no futuro e novo milênio, onde haveria, definitivamente, a troca do ter pelo ser. Milhares de livros foram escritos, filmes até. Quem não lembra, até hoje, de “Age of Aquarios”? Vamos relembrar (mesmo porque, muitos jovens atuais sequer conhecem):

When the moon is in the seventh house
And jupiter aligns with mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars

This is the dawning of the age of aquarius
The age of aquarius
Aquarius
Aquarius

Harmony and understanding
Sympathy and trust abounding
No more falsehoods or derisions
Golding living dreams of visions
Mystic crystal revalation
And the mind’s true liberation
Aquarius
Aquarius

When the moon is in the seventh house
And jupiter aligns with mars
Then peace will guide the planets
And love will steer the stars

This is the dawning of the age of aquarius
The age of aquarius
Aquarius
Aquarius

Tradução? Vamos lá:

Quando a lua estiver na sétima casa
E júpiter alinhar-se com Marte
Então a paz guiará os planetas
E o amor dirigirá as estrelas

Este é começo da era de aquarius
A era de aquarius
Aquarius
Aquarius

Harmonia e compreensão
Simpatia e confiança em abundância
Sem mais falsidades ou zombarias
Sonhos vivos brilhantes de visões
Revelação do cristal místico
E a verdadeira libertação da mente
Aquarius
Aquarius

Quando a lua estiver na sétima casa
E júpiter alinhar-se com Marte
Então a paz guiará os planetas
E o amor dirigirá as estrelas

Este é começo da era de aquarius
A era de aquarius
Aquarius
Aquarius

A música foi tema do musical “Hair”, em 1967, e embalou gerações que sonhavam por mudanças em um mundo tomado pela divisão. A década de 60 dividiu o mundo, definitivamente. Lá e aqui. Tornou-se necessário, então, construir um sonho de união, um sonho de “harmonia e compreensão”, de “simpatia e confiança em abundância”, um mundo onde não haveriam mais “falsidades ou zombarias”. Lá e aqui.

Por aqui surgiu um sonho. E esse sonho tornou-se realidade para todos que desejavam ser esse sonho: um partido sem falsidade, que era pura simpatia em abundância, que propunha a paz e a harmonia. O PT virou o símbolo do ser da Era de Aquários. Essa a razão de um fenômeno que já é parte perene da história do Brasil: em época alguma se viu tanta gente orgulhosa de carregar bandeiras onde quer que estivessem e ao tempo que fosse. Pela primeira vez se viu uma militância ser e não apenas uma militância para ter. Uma militância da paixão, do brilho nos olhos, do sorriso, da esperança…

O PT surgiu como o partido do ser e não como os tradicionais partidos, que eram partidos do ter. Partidos que, para sobreviverem, compactuavam com as guerras, com as ditaduras, com tudo o que fosse necessário para manter o status do “ter”.

Por isso petista é um estado do ser e não do ter. Mudanças só são feitas por quem é a mudança, já dizia Ghandi. Seja você mesmo a mudança que quer ver no mundo.
Surge o Orçamento Participativo, o Fórum Social Mundial, a ideia central da participação popular como ente que é e não apenas como ente que cobra do poder público o que julga se seu (ter), tão somente porque paga impostos.

O PT tem cumprido a tarefa de realizar o sonho de ser de uma imensa maioria que sequer com o ter poderia sonhar. Muitos são os críticos, comodamente sentados sobre o ter, que parecem não compreender o significado da dignidade de ser.

A eles escapa o que significa um prato de feijão com arroz para quem isso é um sonho. A eles escapa o que significa ver um filho aprendendo a ler e a escrever. Julgam que comer, ler e escrever, são coisas naturais. E realmente são: são naturais do ter e não do ser.

Como também é natural que muitos, ao longo do tempo, tenham descoberto que seus sonhos não passavam de sonhos; e que outros sucumbissem ao poder do ter. Mas há algo que jamais vão tirar das pessoas daqui por diante: a dignidade do ser. E não precisa ser petista para sentir isso: basta poder começar a realizar o sonho de ser digno. Nem que para isso seja necessário ter um prato de feijão com arroz todos os dias.

O PT realiza esse sonho. Por isso petista é um estado do ser e não do ter!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyFacebookO ChatoA “grande” filosofia do final do século XX e início desse turbulento século XXI é a imposição entre o ser e o ter. Recordo que já nos anos 80 o mote era a Era de Aquários, vindoura no futuro e novo milênio, onde haveria, definitivamente, a troca do ter pelo...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!