agua-benta

Prêmio por produtividade não tem nada a ver com meritocracia.

Ambos tem sua origem moderna no sistema capitalista e na economia liberal, mas são tão antigos quanto o homem de neandertal. Um é forma de explorar o trabalhador, a outra, forma de fundamentar a exploração.

Transpor os conceitos da iniciativa privada exploratória para o serviço público é dar claras mostras de que pretende, na realidade, acabar com os servidores públicos, privatizando (terceirizando) o exercício das atividades.

Se há algo que o mundo já entendeu é o fato de que os serviços públicos são diferentes, em sua natureza, dos privados, mesmo quando se trata do mesmo serviço. Tanto quanto são diferentes as competências exigidas em cada caso, principalmente no tocante aos aspectos habilidades, comportamentos e atitudes exigidas de cada um.

Isso é um fator que tanto a meritocracia – como sistema de justificação – e a produtividade – nos moldes privados – ignoram.

A origem da aplicação desses conceitos no Brasil é bem conhecida: consultorias e programas de qualidade viram a “boquinha” que significava vender seus “serviços” para os governos.

Meia dúzia de grandes empresas – e alguns “programas” capitaneados por empresários, vide exemplo do PGQP do Jorge Gerdau – perceberam a fonte de lucros que representava o poder público.

E logo trataram de cantar o canto da sereia da “modernização administrativa”.

Venderam isso para Aécio Neves em Minas Gerais, um dos primeiros a “cair no conto”. É o tal de “choque de gestão”, nome moderno daquilo que Bresser, ao tempo do FHC, chamava de “contratos de gestão”, modelo desenvolvido pelo Banco Mundial para falir com os estados.Hoje estão em quase todos os estados, prefeituras e instituições públicas.

Todos, invariavelmente falidos.

E, claro, todas as consultorias vão bem, obrigado!

Não bastassem todas as demais razões para não escolher o modelo de governo proposto pelo Aécio Neves, somente essa bastaria para que um único servidor público sequer votasse nele.

Meritocracia e metas de produtividade são modelos de exploração que podem muito bem se adequar à iniciativa privada, onde a força do capital impera, mas no serviço público significa uma única coisa: o seu fim.

Pense bem, servidor público, antes de cair nesse conto – por imaginar que vai poder ganhar uns “contos” a mais – e votar no Aécio Neves:

não compre uma lorota pensando estar comprando água benta!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoPrêmio por produtividade não tem nada a ver com meritocracia. Ambos tem sua origem moderna no sistema capitalista e na economia liberal, mas são tão antigos quanto o homem de neandertal. Um é forma de explorar o trabalhador, a outra, forma de fundamentar a exploração. Transpor os conceitos da iniciativa privada...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!