Israel-vs-Palestina

Por questões de foro íntimo, tenho me mantido “a lo largo” da questão israelense-palestina. Em todo tempo que tem durado essa última – mais uma de infinitas que são – perrenga entre eles, apenas compartilhei um texto que, a meu ver, trata de uma das três motivações de todos os conflitos ditos modernos: a indústria bélica. Os outros, como o mundo inteiro sabe, ainda são o o petróleo e a eterna característica humana de sempre querer destruir aqueles a quem consideram que querem nos destruir ou tomar aquilo que consideramos como “nosso”.

E o que consideramos como sendo “nosso”, advém da existência das religiões, notadamente das chamadas religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo.

Claro que o monoteísmo não explica tudo, pois sabemos bem que povos politeístas faziam – e fazem – tantas guerras quanto qualquer povo monoteísta faz. A diferença é que o monoteísmo inovou ao se apoderar de Deus. E ao introduzir o conceito – comum as três religiões – de serem os únicos – cada qual – o povo eleito de Deus.

Stanley Kubrick e Arthur C. Clarke (2001 – Uma Odisseia no Espaço) fizeram, a meu ver, a cena que melhor explica a humanidade e, por analogia, a atual questão israelense-palestina: a cena de dois bandos de macacos disputando uma poça d’água. A famosa cena que termina com um macaco atirando um fêmur para cima, que, ao girar, se transforma na nave… A cena em que o macaco descobre que um fêmur pode ser algo mais que um simples fêmur de um animal morto.

O homem descobre a mais mortal das suas extensões: a arma. A ferramenta que nos tirou da condição de primatas e nos fez sapiens. A ferramenta que nos ajudou a vencer a primeira consciência que tivemos: a consciência do nosso medo, a consciência da nossa fragilidade. A ferramenta que nos mostrou que não importa o nosso tamanho e quantos nós somos: não precisávamos mais ter medo.

E depois da arma inventamos Deus.

A Terra Prometida não tem petróleo. Restam as duas outras razões: o que é nosso ou o que a indústria bélica precisa para se manter como uma das indústrias que mais faturam no mundo.

O que “é nosso” é razão de confusão para muita gente. Existe o nosso religioso – que é como muitos acabam se manifestando – e o nosso político. Aqui reside uma importante diferença, a diferença entre o Estado de Israel e a religião judaica.

Judeus tomaram para si o Estado de Israel. É a deificação do que deveria ser laico. Significa dizer que tudo o que exista dentro do território considerado por eles como sendo não judeus deve ser exterminado. Por enquanto, com a rara exceção dos cristãos.

Afinal, cristãos também se dizem donos da Terra Santa, terra que ajudaram, nas Cruzadas, a salvar. E os árabes – islâmicos por excelência – a dominaram por centenas de anos…

Voltamos à Idade Média com um toque de modernismo: territórios dados por Deus e mantidos pelas armas.

Judeus e árabes seguirão se matando não porque tenham petróleo ou porque sejam eleitos por Deus, mas tão somente porque são submissos à filosofia da indústria bélica norte-americana/russa, que fomenta a tese de que, se um não se defender, será destruído pelo outro…

E, como disse, por questões de foro íntimo, não tomo partido nessa questão…

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoPor questões de foro íntimo, tenho me mantido 'a lo largo' da questão israelense-palestina. Em todo tempo que tem durado essa última - mais uma de infinitas que são - perrenga entre eles, apenas compartilhei um texto que, a meu ver, trata de uma das três motivações de todos...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!