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Tenho 18 anos de experiência no serviço público. Já fui de tudo: estagiário , CC, ocupei cargos de nível médio e superior, tanto no Executivo (empresas de economia mista), Judiciário (estadual e federal) e, agora, no Ministério Público.

Como a grande maioria, entrei nessa seara por questões de segurança financeira. Ninguém entra no serviço público por acreditar que vai servir ao país, ao público. Quem entra, entra para servir a si mesmo, mantidas as honrosas exceções de praxe.

O que ajuda, um pouco, é que nos casos de cargos de nível superior com exigência específica de habilitação (existem aos montes cargos de nível superior que qualquer um pode ocupar), o sujeito ainda se ilude de que vai exercer a profissão. Mas até nisso a visão é de que o ser “servidor público” é secundário. Um Administrador (só para exemplo, ok?) que entra no serviço público pensa que está exercendo Administração e não prestando um serviço público.

Corrigir um problema crônico do país que é o fato de que as pessoas não nascem com as mesmas condições e, portanto, não estão em pé de igualdade para entrar em uma universidade, é válido e justo.

Mas uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Passada a fase de acesso ao ensino, todos adquirem, até pela definição das cotas para o ensino, a mesma condição. Daí querer reservar cotas para quem tem a mesma condição dos outros é, no mínimo, discriminação.

Repito: suprida a carência de acesso ao ensino e proporcionadas as mesmas condições de formação, todos chegam a um concurso público em pé de igualdade.

E não é esse o fundamento do concurso público? Selecionar, dentre os que apresentam as mesmas condições iniciais, os “melhores”?

Admitir cotas em concursos públicos é reconhecer, de forma enviesada, que as cotas para o ensino não resolveram nada? E que, portanto, é preciso continuar a proteger “os menos favorecidos”?

Há uma grande incongruência nisso! Uma vez re-estabelecidas as condições de igualdade, pelo acesso ao estudo, não há razão para continuar com a “proteção”.

E, voltando a início, o que se observa é uma grande – aliás histórica – falta de preocupação com o serviço público. Esse projeto de lei é uma das maiores hipocrisias contra o Brasil, pois não pensa na administração pública, apenas em “jogar para a plateia”…

(está na hora de lembrar as razões pelas quais entrei no serviço público e abandonar, de vez, o gosto que tomei pela coisa…)

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoTenho 18 anos de experiência no serviço público. Já fui de tudo: estagiário , CC, ocupei cargos de nível médio e superior, tanto no Executivo (empresas de economia mista), Judiciário (estadual e federal) e, agora, no Ministério Público. Como a grande maioria, entrei nessa seara por questões de segurança financeira....Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!