rui_barbosa

Tenho escutado, com alguma frequência, quando tento lembrar aos jovens sobre os perigos de embarcarem no discurso fácil do impeachment, de que já passamos por situações parecidas em tempos não muito distantes (54/64) e que os resultados são desastrosos para a democracia e para a liberdade de todos, de que sabem o que aconteceu, mas que apenas lhes interessa o que passam agora.

Sócrates dizia “A pior espécie de ignorância é cuidar uma pessoa saber o que não sabe”. (Platão, Primeiro Alcebíades)

É de causar profunda tristeza que confundam desacordo com intolerância e descontentamento com ódio. São jovens que nunca experimentaram outra coisa que a plena democracia e que, portanto, não fazem a mínima ideia do que seja perdê-la. Por isso mesmo jogam-se em arroubos travestidos de direito de manifestação; em arroubos de que, em assim agindo, estariam salvando o Brasil.

Mal sabem que podem ser os protagonistas do próprio mal que passarão a viver. Mesmo porque, o resultado que obterão é certamente diverso do pretendido, pois como sabem, sequer existe a mais remota suspeita que dê razão ao objetivo.

Sabemos, os já mais experientes, o qual fácil é conduzir a juventude, principalmente parcela da uma juventude ávida por sentir-se protagonista. E, na ausência de um chamamento democrático, se torna presa em mãos alheias, cujo real interesse é a manutenção dos privilégios de uma casta que insiste em partilhar o Brasil apenas entre si.

Usando uma frase de Rui Barbosa, no discurso do qual tomei o título, “Mas, de súbito, agora, um movimento desvairado parece estar−nos levando, empuxados de uma corrente submarina, a um recuo inexplicável”.

E aos que pensam que somente se importar com o que acontece hoje é a verdade salvadora, vejam como já nas décadas primordiais do século passado o mesmo acontecia.

O que faz uma democracia é o respeito à vontade da maioria e a liberdade de formar maiorias. Mas sempre dentro da lei.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoTenho escutado, com alguma frequência, quando tento lembrar aos jovens sobre os perigos de embarcarem no discurso fácil do impeachment, de que já passamos por situações parecidas em tempos não muito distantes (54/64) e que os resultados são desastrosos para a democracia e para a liberdade de todos, de...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!