abandono

Não é a mim que abandonas,
Senão à tua humanidade,
À tua falta de bondade,
Ao querer-me um cão sem dono!
Em mim habita,
O amor que nunca tiveste.
Deixas aos filhos que fizeste,
Somente o abandono!

Não é a mim que abandonas.
Se sofro com tua ausência,
Mais sofres na tua demência,
Na tua falta de coração!
Nada te faz abandonar o trono,
Onde pensas ser a tudo superior,
E eu? Maldito animal inferior!
Apenas por ser um cão!

Não é a mim que abandonas.
É a tua própria espécie que desprezas,
Ao nos tratar como presas
Nessa tua vida vazia.
Sei que te sentes como eu,
Alijado em um canto,
Em uma vida sem encanto,
Uma vida sem alegria!

De ti não espero mais nada,
Sequer a adoção.
Pois isso é ato de paixão,
É ato de alma nobre!
Não é a mim que abandonas.
Minha vida sigo
E por isso te digo:
Segue adiante, alma pobre!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyPoemasPoesiasNão é a mim que abandonas, Senão à tua humanidade, À tua falta de bondade, Ao querer-me um cão sem dono! Em mim habita, O amor que nunca tiveste. Deixas aos filhos que fizeste, Somente o abandono! Não é a mim que abandonas. Se sofro com tua ausência, Mais sofres na tua demência, Na tua falta de coração! Nada te faz...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!