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Somos useiros e vezeiros, no Brasil, em confundir paixão pública com coisa pública, a res publica.

O exemplo mais notório disso é o futebol. Negócio privado, do futebol muitas vezes se exige dos governos que o tratem como coisa pública.

Torce quem quer, vai aos estádios quem quer, é sócio quem quer. E não tem absolutamente direito algum de reclamar por estar sendo enganado pelos times e, principalmente, pelos cartolas.

É, no máximo, um interesse coletivo a ser protegido pelas leis. Nada mais.

O mesmo acontece com os aplicativos de redes sociais, tipo Facebook e WhatsApp.

São negócios privados entre pessoas e a empresa que os desenvolveu e disponibiliza. Tanto é assim, que quando querem, as empresas simplesmente tiram do ar o serviço e danem-se os usuários (vide, mais recentemente, o caso do Orkut:  a Google resolveu acabar com ele e azar do goleiro).

Usa quem quer e enquanto a empresa dona quiser.

E o fato de terem milhões de usuários não os torna serviço público.

E menos ainda não sujeito às leis do país. Significa dizer que a empresa que disponibiliza os aplicativos JAMAIS poderiam pensar estar acima de uma decisão judicial.

E menos ainda que alguém alegue que tirar o serviço do ar (caso do WhatsApp) prejudicou milhões de pessoas que dele fazem uso.

Fazem porque querem em um negócio estritamente privado.

O caso WhatsApp mostra o quanto vivemos em uma total inversão de valores na nossa sociedade: uma empresa norte-americana descumpre uma decisão judicial SOBERANA e as pessoas saem em defesa da empresa, tão somente por se verem prejudicadas diante da sua escolha privada por utilizarem o aplicativo.

O que farão se Mark Zuckerberg resolver acabar com o aplicativo?

Reclamar para o bispo?

https://www.escosteguy.net/wp-content/uploads/2015/12/wp.jpghttps://www.escosteguy.net/wp-content/uploads/2015/12/wp-150x150.jpgLuiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoSomos useiros e vezeiros, no Brasil, em confundir paixão pública com coisa pública, a res publica. O exemplo mais notório disso é o futebol. Negócio privado, do futebol muitas vezes se exige dos governos que o tratem como coisa pública. Torce quem quer, vai aos estádios quem quer, é sócio quem...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!