didi

Didi não tem, no fundo, culpa pelo que disse (“NAQUELA ÉPOCA, ESSAS CLASSES DOS FEIOS, DOS NEGROS E DOS HOMOSSEXUAIS, ELAS NÃO SE OFENDIAM”).

Didi  – e uma quantidade muito grande de gente ainda viva – representa uma geração que se tornou adulta no pós guerra, anos 50, e que hoje beira, ou já passou, os 80 anos. Para uma parcela dessa geração, não existia preconceito. Era natural ser branco, de classe média ou mais, e se aproveitar o máximo possível das demais. Negro era negro, empregada era empregada, puta era puta, gays eram viados ou, pior, pederastas, a natureza era apenas algo a ser explorado. Eram todos, cada qual ao seu modo, meros serviçais que dependiam da boa vontade dos donos do mundo.

Conheci uma pessoa, de uma geração anterior (e que, portanto, educou essa que aí está) que dizia seus empregados deveriam pagar-lhe pela oportunidade que lhes dava de trabalharem.

Esse foi o mundo deles e nesse mundo morrerão. De nada adianta querer criticá-los por isso ou, mais ainda, querer mudar-lhes o pensamento. Não mudarão.

Não mudamos o mundo mudando os velhos. Temos que mudar a forma de educar as crianças. Dar-lhes uma educação que primordialmente as faça compreender que devem se manter atualizadas e em constante mudança, para que não cheguem aos 80 anos petrificadas como Didi e sua geração.

Por isso Didi, antes de ser um bobalhão, nos dá, na verdade, uma grande lição,a lição de como não podemos mais educar nossas crianças.

Eles morrerão em breve, nossas crianças não!

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoDidi não tem, no fundo, culpa pelo que disse ('NAQUELA ÉPOCA, ESSAS CLASSES DOS FEIOS, DOS NEGROS E DOS HOMOSSEXUAIS, ELAS NÃO SE OFENDIAM'). Didi  - e uma quantidade muito grande de gente ainda viva - representa uma geração que se tornou adulta no pós guerra, anos 50, e que...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!