Eis que, assim sem mais nem menos, as memórias resolvem aparecer. Imagino que niguém esteja preparado para isso. Eu não.

Lembra daquela vez no Jardim de Infância? Não, não foi uma pergunta da memória, foi um simples “toma que a memória é tua, te vira!”. Memórias são carrascas, torturam.

A vida cabe na vida; as memórias não! Muito antes de inventarem a internet e seus hiperlinks, a memória já nos jogava para lá e pra cá. Conexões, conexões e mais conexões. Sem sentido aparente.

Sim, lembro daquela vez no Jardim de Infância e, por sinal, também lembro da vez que levei um fora, quando tinha 15 anos. E do pneu furado naquela viagem para a praia, aos quarenta. Só não consegui ver o que uma tem a ver com a outra. Alhos e bugalhos no mesmo cozido. E não lembro do dia em que dei liberdade para a minha memória atuar sem permissão, fazendo hiperlinks malucos, sem conexão.

A memória não explica os links que faz. Dificil escrever uma biografia. A memória resiste até a uma linha do tempo, tipo do ano zero até os dias de hoje. Apelar para a revisão das memórias emotivas é até pior: no tempo, as emoções se confundem. Os amores e os ódios; os prazeres e as saladas de brócolis salpicadas com folhas de coentro. A primeira vez disso a gente nunca esquece.

Preciso de um organizador de memórias. Uma terapia…

https://www.escosteguy.net/wp-content/uploads/2021/09/memoria-e-terapia.jpghttps://www.escosteguy.net/wp-content/uploads/2021/09/memoria-e-terapia-150x150.jpgLuiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoMemória,TerapiaEis que, assim sem mais nem menos, as memórias resolvem aparecer. Imagino que niguém esteja preparado para isso. Eu não. Lembra daquela vez no Jardim de Infância? Não, não foi uma pergunta da memória, foi um simples “toma que a memória é tua, te vira!”. Memórias são carrascas, torturam. A vida...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!