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Há um quarto amor de infância. E não é uma história triste. Nunca me abandonou.

Os livros.

Coisa de família, sabe?

Minhã mãe encapava os livros para leitura. Aprendi com ela a encapar livros e cadernos.

Aos livros aprendi a dispensar cuidados que se dá às coisas mais importantes do mundo.

Ler era aprender a se apaixonar. Não a paixão platônica que temos por menininhas, mas uma paixão vívida, com retorno garantido em novas emoções, em novos aprendizados de si. Sim, ler era aprender sobre si, sobre seus sentimentos, suas dúvidas.

As novas palavras. Quanta emoção tinha o descobrimento do significado das palavras. Todas eram sempre novas, por mais que tivessem sido escritas para crianças.  A paixão pelo significado das palavras me tornou um leitor de dicionários. E quantas e quantas vezes aguardava a oportunidade para usar uma palavra cujo significado recém havia descoberto. Também aprendemos a frustração, pois a coisa mais comum era, depois de aprender o significado de uma palavra, quase nunca encontrávamos onde usá-la. Mas estava lá no livro.

Assim eram os livros na infância.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO ChatoHá um quarto amor de infância. E não é uma história triste. Nunca me abandonou. Os livros. Coisa de família, sabe? Minhã mãe encapava os livros para leitura. Aprendi com ela a encapar livros e cadernos. Aos livros aprendi a dispensar cuidados que se dá às coisas mais importantes do mundo. Ler era aprender...Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!