especial de natal

“O deputado federal Marco Feliciano (PSC) entrou com representação no Ministério Público de São Paulo contra a produtora Porta dos Fundos” (aqui), pelo vídeo Especial de Natal. Pede R$ 1 milhão de indenização.

Fato 1: o vídeo já foi assistido por 4.705.868 (22/01 às 19:15h);

Fato 2: o vídeo, em momento algum, ofende qualquer religião que seja. Jesus – e todos os fatos que envolvem sua existência – não é “marca registrada” dessa ou daquela religião. Não há citações a especificidade de qualquer culto. O vídeo é uma paródia de fatos de domínio público, muitos dos quais históricos. Não é a primeira vez que isso é feito. Em 1979 o Monty Python fez “A vida de Brian”, com temática semelhante,

Diz o texto da notícia que “Segundo Feliciano, o especial tem “conteúdo altamente pejorativo, utilizando-se inclusive de palavras obscenas, e de forma infame atacou os dogmas cristãos e a fé de milhares de brasileiros que comungam deles, ferindo dialeticamente o direito fundamente à liberdade religiosa”.

Pessoas sérias que tenham visto o vídeo verão que o conteúdo não é sequer pejorativo, que dirá “altamente”. Palavras “ditas” obscenas? Sim, então processe todos os canais de TV aberta, pois todos, sem exceção, têm se utilizado do recurso, o que tem feito com que as tais “palavras obscenas” já não sejam consideradas tão “ruins” assim. Não há um só dogma cristão que tenha sido atacado. Pelo contrário, todos eles foram respeitados. Ou disseram que Jesus não era filho de Deus? Disseram, né? E por aí vai. Parece que propositadamente, Feliciano não enxerga a paródia.  Ou é um ignorante mesmo.

Por fim, no item, dizer que o vídeo fere o direito fundamental “à liberdade religiosa” é, no mínimo, considerar o povo como um igual a ele: ignorante. Em momento algum, repito, o vídeo fez algum tipo de pregação contra a religião.

Logo,

Fato 3: Marcos Feliciano não tem legitimidade ativa para ingressar com qualquer tipo de ação, menos ainda pedindo indenização para si ou para a sua religião. Alias, Marco Feliciano faz o que todas as religiões cristãs fizeram: criaram um título de propriedade sobre a figura de Jesus, esquecendo que Jesus, inclusive, é aceito por religiões não cristãs e até por filosofias orientais. E isso pela simples razão – entendida por qualquer um – de que há nele ensinamentos que vão muito além daqueles que as religiões ditas cristãs costumam pregar como seus.

Fato final: Marcos Feliciano deveria ser defenestrado da política brasileira e, por tabela, da mídia que lhe dá trela.

Luiz Afonso Alencastre EscosteguyO Chato'O deputado federal Marco Feliciano (PSC) entrou com representação no Ministério Público de São Paulo contra a produtora Porta dos Fundos' (aqui), pelo vídeo Especial de Natal. Pede R$ 1 milhão de indenização. Fato 1: o vídeo já foi assistido por 4.705.868 (22/01 às 19:15h); Fato 2: o vídeo, em momento algum, ofende qualquer religião que seja....Antes de falar, pense! Antes de pensar, leia!